Ode Ao Povo / Eça De Queirós – PT * Antonio Cabral Filho – RJ

Eça de Queiroz – ODE AO POVO

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Autoria de Eça de Queiroz

Há no mundo uma raça de homens com instintos sagrados e luminosos, com divinas bondades do coração, com uma inteligência serena e lúcida, com dedicações profundas, cheias de amor pelo trabalho e de adoração pelo bem, que sofrem, que se lamentam em vão.

Estes homens são o povo.
Estes homens estão sob o peso do calor e do Sol, transidos pelas chuvas, roídos do frio, descalços, mal nutridos; lavram a terra, revolvem-na, gastam a sua vida, a sua força, para criar o pão, o alimento de todos.
Estes são o povo, e são os que nos alimentam.
Estes homens vivem nas fábricas, pálidos, doentes, sem família, sem doces noites, sem um olhar amigo que os console, sem ter repouso do corpo e a expansão da alma, e fabricam o linho, o pano, a seda, os estofos.
Estes homens são o povo, e são os que nos vestem.
Estes homens vivem debaixo das minas, sem o Sol e as doçuras consoladoras da Natureza, respirando mal, comendo pouco, sempre na véspera da morte, rotos, sujos, curvados, e extraem o metal, o minério, o cobre, o ferro, e toda a matéria das indústrias.
Estes homens são o povo, e são os que nos enriquecem.
Estes homens, nos tempos de lutas e de crises, tomam as velhas armas da pátria, e vão, dormindo mal, com marchas terríveis, à neve, à chuva, ao frio, nos calores pesados, combater e morrer longe dos filhos e das mães, sem ventura, esquecidos, para que nós conservemos o nosso descanso opulento.
Estes homens são o povo, e são os que nos defendem.
Estes homens formam as equipagens dos navios, são lenhadores, guardadores de gado, servos mal retribuídos e desprezados.
Estes homens são os que nos servem.

E o mundo oficial, opulento, soberano, o que faz a estes homens que o vestem, que o alimentam, que o enriquecem, que o defendem, que o servem?

Primeiro, despreza-os; não pensa neles, não vela por eles, trata-os come se tratam os bois, deixa-lhes apenas uma pequena porção dos seus trabalhos dolorosos; não lhes melhora a sorte, cerca-os de obstáculos e de dificuldades; forma-lhes ao redor uma servidão que os prende e uma miséria que os esmaga, não lhes dá proteção, e, terrível coisa, não os instrui: deixa-lhes morrer a alma.

É por isso que os que têm coração e alma, e amam a justiça, devem lutar e combater pelo povo.
E ainda que não sejam escutados, tem na amizade dele uma consolação suprema.

                                                                                                                           (Distrito de Évora)

Fonte de pesquisa
Eça de Queiroz
Citações e Pensamentos/ Editora Leya
Organização de Paulo Neves da Silva 

Fonte:

VÍRUS DA ARTE & CIA

http://virusdaarte.net/

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DESDE JAMPRUCA – Blog de Crônicas Auto Biográficas * Antonio Cabral Filho – RJ

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Antonio Cabral Filho, poeta.

contista e cronista; mineiro de Frei Inocêncio, tecnico em contabilidade, radialista amador, jornalista sem diploma, pai de Edson Luis e Ana Maria, companheiro de Roseli e avô de três netos, até agora.

O blog DESDE JAMPRUCA

 é mais uma iniciativa sua e trás como foco publicar as suas crônicas autobiográficas. Mas tal escolha não se dá por acaso; é que para não se utilizar dos métodos memória ou biografia, preferiu a crônica, dada a sua literariedade.

ANTONIO CABRAL FILHO

pretende desenvolver este projeto sem planejamento nenhum, ou seja, quando ele tiver um texto – crônica para inserir no blog, o fará. E espera contar com a compreensão dos amigos, tanto presentes como os vindouros.

DESDE JAMPRUCA

http://antoniocabralphilho.blogspot.com.br/ 

aguarda a sua visita !!

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Concurso 1ª Antologia 100 Trovas Sobre Cachaça * Antonio Cabral Filho – Rj

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ANTOLOGIA BRASIL LITERÁRIO

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promove  o concurso:

1ª ANTOLOGIA 100 TROVAS SOBRE CACHAÇA

Art. 1º – DO CONCURSO 

O concurso, 1ª Antologia 100 Trovas Sobre Cachaça, idealizado, promovido e organizado pelo escritor Antonio Cabral Filho, tem a cachaça apenas como tema central, podendo versar sobre quaisquer assuntos correlatos.

Art. 2º – DAS INSCRIÇÕES

Poderão se inscrever somente autores brasileiros, maiores de 18 anos, residentes no Brasil, com apenas (1) trova por participante.

  • 1º – A inscrição é gratuita. Será aceita no período de 15 de março a 15 de agosto de 2015, com o envio da trova em Time New Romain tamanho 14, espaço simples e resumo biográfico em cinco linhas, através do e-mail antologiabrasiliterario@gmail.com, dirigido à  1ª Antologia 100 Trovas Sobre Cachaça, Org. Antonio Cabral Filho.
  • 2º – A trova, escrita em língua portuguesa, deve ter:

a ) obrigatoriamente, métrica setessilábica;

b ) rima, que poderá ser, abab, abba ou aabb;

c ) os necessários sinais de pontuação;

d ) letras maiúscula, somente, no início das frases que compõem os versos.

Art. 3º – DA COMISSÃO JULGADORA

A Comissão Julgadora é soberana em suas decisões e conferirá notas de 0,1 a 10 cujo resultado será irreversível. As trovas classificadas,  até o limite de cem (100), participarão da 1ª Antologia 100 Trovas Sobre Cachaça, cabendo,  aos autores a responsabilidade quanto à autoria e inscrição do texto.


Art. 4º – DA 1ª ANTOLOGIA 100 TROVAS SOBRE CACHAÇA

A 1ª Antologia 100 Trovas Sobre Cachaça terá 100 páginas destinadas às trovas classificadas, o equivalente a uma (1) página por autor, antecedidas de dez (10) páginas a cargo da Comissão Julgadora, resultando em um livro de 110 páginas, em formato e-book (livro digital) que será entregue, via e-mail, aos participantes. A todos, que se interessarem, estará disponível gratuitamente via internet. Será publicado no blog: ANTOLOGIA BRASIL LITERÁRIO

http://antologiabrasilliterario.blogspot.com.br/

Ficará a cargo dos autores a livre divulgação em outros espaços.


Art. 5º – DAS RESPONSABILIDADES

O promotor do concurso informa que o ato de inscrição significa aceitação das normas, acima expostas, e a consequente liberação da obra para integrar este certame. A divulgação dos resultados será publicada no blog ANTOLOGIA BRASIL LITERARIO, de propriedade do promotor do evento, até 15 de setembro de 2015, seguida da publicação e envio do livro aos autores, conforme Art. 4º .

Parágrafo único – Todos os inscritos terão os trabalhos publicados, um em cada postagem, no blog do concurso.


COMISSÃO ORGANIZADORA

Rio de Janeiro, 15 de março de 2015

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PEDRO GIUSTI ENTREVISTA ANTONIO CABRAL FILHO * Antonio Cabral Filho – Rj

MOMENTO LITERO CULTUAL - SELMO VASCONCELLOS  - RO

ANTONIO CABRAL FILHO
“O poeta é um romântico revolucionário em tempo integral.”
__________________________________
Entrevistador: PEDRO GIUSTI, POETA E TROVADOR MARANHENSE
TROVADOR PEDRO GIUSTI E OUTROS VERSOS

http://pedrogiushttp://pedrogiusti.blogspot.com.br/ti.blogspot.com.br/

Entrevista:
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P: Quem é Antonio Cabral Filho?
R: Gosto deste modo de perguntar; porque é frontal e permite uma resposta extensa ou sucinta; mas prefiro esta: Sou Antonio Cabral Filho, que em vossa presença emigra; do pinto que não quer milho, João Cabral que lhe diga.
 
P: Como começou a escrever? Teve influências familiares?
R: Durante a catequese no meio rural em que vivi até aos quinze anos, é comum o uso das formas literárias e musicais populares; e foi aí, dentro da igreja que fiz contato com a poesia, fazendo quadras para cantar durante as aulas de catecismo, em sua maioria, dedicadas a Nossa Senhora. E, como não podia deixar de ser, minha maior instrutora foi minha mãe, que ainda canta “Ìndia, seus cabelos nos ombros caídos, negros como anoite que não tem mais fim…” como ninguém.
 
P: Por que poesia?
R: A poesia é meu forte, em função da objetividade com que ela serve para dar a resposta certa na hora certa ao interlocutor certo…
 
P: Como o poeta se coloca no mundo?
R: No meio da arena, com uma espada em cada mão…
 
P: Como é seu processo de criação? Existe inspiração?
R: Relâmpago, como agora; a resposta é medida pela pergunta. Inspiraçâo?  “Por Deus e por todas as coisas em que não creio, minha sombra fala, mas não no creio.” (O Viandante e Sua Sombra – Nietzsche)
P: Atualmente, para quem os poetas escrevem?
R: Não somente os poetas, mas todo escritor escreve para si mesmo.
P: A arte é própria dos artistas ou todo mundo é artista?
R: Ferreira Gullar fala sobre isso o tempo todo e eu concordo: Todo mundo é artista. O que diferencia os “artistas” do seu conjunto (humanidade) é a sensibilidade com referencia a sua criação: Jamais existirão dois “Fernando Pessoa”.
P: Despertar para a literatura é despertar para si mesmo?
R: Na medida em que seja despertar para o Mundo, sim.
 
P: A arte contribui para melhor compreensão do mundo?
R: Arte é integração da pessoa com o Mundo, e, na medida em que despertamos para nós mesmos, rompemos o processo alienante e nos tornamos sujeitos, frente a nós , portanto frente ao mundo.
 
P: Crê que a poesia, mesmo a não engajada, é um agente de
transformação pessoal? E social?
R: Até Marx já falou sobre isso: Um bom poema de amor é engajado na medida humana do Amor, uma vez que ELE resgata a pessoa na dimensão individual e a transporta para o coletivo ante a pessoa amada.
P: Acha importante o intercâmbio entre os escritores e seus leitores?
R: É a maior “oficina” do escritor; pois se recebe contribuições fantásticas, às vezes sem a menor pretensão.
P: Como vê os prêmios, concursos, eventos e afins? Contribuem
realmente para melhor literatura e formação de público?
R: Como palcos da produção, onde se realizam as suas concretudes, uma vez que “vender” uma ideia ou um produto depende desses dois componentes: A VIA de acesso e o DESTINATÁRIO.
P: A internet disseminou a literatura? Como vê os sites, blogs? Como
alteram a relação entre escritor/público?
R: A INTERNET assustou muita gente; a mim inclusive, que desmontei uma livraria e distribuidora em 1992, por trabalhar, basicamente, com livro didático, o mais “xerocado” e “baixado” do mundo; no entanto, para a literatura, ela representa um espaço ilimitado, pois permite acesso a mais pessoas e combate o preço final do livro impresso. Os blogs são “nossos fanzines” de outrora, tão guerreiros, buscando sempre mais adeptos/fãs/colecionadores…
 
P: Considera os saraus importantes para a socialização da poesia?
R: São fantásticos espaços de encontro entre escritores, leitores, boêmios, personagens etc
P: Como vê a literatura atual? Quais seus novos autores preferidos?
R: A literatura atual, brasileira, é sucesso de ponta a ponta do territótio nacional, dadas as suas necessárias proporções; hoje ficou mais difícil ser “best-seller” na metrópole, mas de certa forma, todos o são nas suas províncias…
Sobre os “Novos Autores”, fica difícil destacar alguém, justamente devido ao grande número de gente publicando.
*
P: Deixe um pequeno currículo.
Antonio Cabral Filho publicou até agora ECCE HOMO, poesia, 1997; DUELO DE SOMBRAS, poesia, 1999; VER…SO CURTO&GROSSO, poemas piadas,2006; CD/DVD DEPOESIA, 2008, CINZA DOS OSSOS, poesia, 2009…
 
Coletâneas: POETAS DA CIDADE DE NITERÓI, poesia, 1992; ANTOLOGIA POÉTICA 2 -UFF/Eduff, poesia 1996; POETAS 10engaVETADOS, poesia, 1995; BRASIL LITERÁRIO 2007/2010; ANTOLOGIA 13 POSTAL CLUBE, poesia, 2011; FANTASIAS, coletânea de contos, crônicas e poesia, 2011, ALPAS21; POETAS EN/CENA 6 BELÔ POÉTICO 2012. Em programação: ANTOLOGIA DE POETAS BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS, pela Ed. Pimenta Malagueta/Elenilson Nascimento…
*
Contato:
 
E-mail: letrastaquarenses@yahoo.com.br
Blog: letrastaquarenses.blogspot.com.br 
*
Pequena mostra da poesia de Antonio Cabral Filho
 
HAICAIS
 
Das copas floridas,
despencam só broches de ouro:
Ipês amarelos.
*
No cinzeiro cheio,
a prova do que serão…
Só quero aplaudir…
*
Canto da Uiara,
lá bem no ermo da floresta:
Quem ouve, não volta.
*
Na dança do fogo,
chamas devoram desejos:
Sagração do rogo.
*
Pleno meio dia,
nenhuma nuvem no céu:
Verão implacável.
 
TROVAS
 
Trem é coisa de mineiro,
mas é meio de partida;
leva o pai ao estrangeiro,
deixando a mãe desvalida.
*
Quem criou obras tão belas
como o luar das Gerais,
fez da mulher uma delas,
mas pra si tem algo mais…
*
Minas é demais da conta,
é terra das emoções;
pois só ela tem “Três Pontas”
e até “Três Corações”
*
Todos cantam sua terra,
também vou cantar a minha;
mas no meu verso se encerra:
– Minas Gerais é rainha!
*
POEMAS PIADAS
 
DESEMBUCHE
 
Oh meu caro Gabo,
tenha a santa paciência;
ninguém aguenta mais
“Cem Anos de Solidão!”
*
MACUNAIMAICAI
 
Sacrifício algum
vale prazer mais intenso
que matar o tempo.
*
MILITÂNCIA
 
Os meus sonhos de 68
acabaram em 69
nas areias de Ipanema
com uma loura bem suada.
*
SARRO
 
Poema feito nas coxas
é igual a mulher bonita:
Não precisa entender o enredo,
basta gostar do arranjo.
*
ELEGIA DE AUGUSTO DOS ANJOS
 
Fui ler Augusto dos Anjos,
mas assim logo de cara
fiquei que nem os arcanjos
caçando “Escarlete Ohara”.
 
Pareceu-me um Frankenstein,
Drácula sem Baviera;
Por mais que vocês estranhem,
achei bem pior do que era.
 
Mas depois eu me dei conta,
tanta riqueza linguística
cuspida por gente tonta
 
sem apreço com estilística,
fora os burros sem cabrestos
aos coices pelos seus textos.
*
ESPELHO DE SOMBRAS
 
Por sobre os ombros
os olhos fitam o mundo
refletido no espelho
através da janela…
O corpo imerso no dia convulso
insensível aos suicídios
e ao calor das discussões
não figura, não é mais nem menos
na paisagem alheia.
O pintor no atelier
não o notaria pousado na folha
branca sobre a mesa.
O dia cheio de mecanismos
é tudo que cabe no espelho;
O resto, os olhos não podem ver…
***

LETRAS TAQUARENSES Nº 55 MAIO DE 2014 # Antonio Cabral Filho – Rj

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http://pt.calameo.com/books/00189307316ac601c15ae

 

 

LETRAS TAQUARENSES Nº 55 MAIO DE 2014
EDITOR: ANTONIO CABRAL FILHO – RJ
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NESTA EDIÇÃO
haicas, trovas, versos livres dos mais mais notáveis poetas brasileiros: Manoel F. Menendez-Sp, Eliana Ruiz Jimenez-Sc, Neide Rocha Portugal-Pr, Humberto del Maestro-Es, Renata Paccola-Sp, Jessé Nascimento-Rj, Henny Kropf-Rj, Silvério da Costa-Sc, Francisco de Assis Nascimento-Go, Olivaldo Junior-Sp, Franklin Coutinho-Rj, Walter Siqueira-Rj, Ilma Fontes-Se, Aricy Curvello-Es, Leila Miccolis-Rj, Tanussi Cardoso-Rj, Antonio Luiz Lopes Touché-Sp, Walmor DS Colmenero-Sp, Iacyr Anderson Freitas-Mg, Moacy Cirne-Rn, José Jackson Sampaio-Ce, Auri Antonio Ssudati-Rs, José Paulo Paes-Sp e Antonio Cabral Filho-Rj
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