FALSO DIÁLOGO COM FERREIRA GULLAR
Gullar – ” Eu, como poeta,
preciso da língua
para violentá-la !”
Cabral – Eu como poeta,
prefiro violentar
com a língua.
*
CONTO DO VIGÁRIO
Era uma vez
são apenas três palavras,
mas tome cuidado
que todo conto do vigário
começa com “Era uma vez…”
*
KATIA PLENA
Flutuar na aula de química
com a cabeça cheia
de compostos poéticos
não produz nenhuma solução.
*
OBTUÁRIO
João Cabral
a “palo
seco”
foi
s
e
sem
ninguém
molhar o bico.
*
SABONETE LUX
Depois que o Lux
enlouqueceu as estrelas,
o firmamento ficou
muito mais celestial.
*
MILITÂNCIA
Os meus sonhos de 68
acabaram em 69
nas areias de Ipanema
com uma loura bem suada.
*OBSERVAÇÃO
Não posso postar aqui o livro todo, mas gostaria que os meus caros amigos visitassem-no em blogdopoetacabral.blogspot.com.br e curtissem a beleza que encantou Paulo Leminski, José Paulo Paes, Oswald de Andrade etc, enquanto forma poética libertária.